sexta-feira, 24 de abril de 2009

O nome, a síntese

Não sei o exato motivo de ter escolhido este nome, da mesma forma que não sei o motivo pelo qual resolvi escrever em um blog.

Não tenho um propósito para este blog, simplesmente percebi que tudo tem um limite, até a própria confusão.

E por isso escolhi as palavras.

Creio que quando as primeiras civilizações resolveram criar desenhos primitivos, signos, pinturas rupestres, a intenção não era a de registro, tampouco de comunicação, e sim, organização.

Palavra esta, que me persegue desde que existo. Organização.

Talvez esta mania de achar que tudo tem um outro lado, de tentar quebrar padrões, é exatamente uma defesa a este meu defeito terrível de não conseguir organizar nada em minha cabeça. Não há verdade ou mentira, certo ou errado. O que existe é uma série de conceitos e pré-conceitos ingeridos de forma pouco opcional.

Se eu fosse um primata e quisesse registrar algo em uma caverna, como uma síntese da vida, desenharia uma mãe dando de "papá" para um bebê.

É assim que nós vivemos, engolimos durante toda a vida diversos padrões, normas de conduta, ideais, princípios religiosos, sexuais, políticos. E não acho isso errado, nem tampouco que devemos nos rebelar contra o "sistema" e fugir de tudo o que é enlatado. Acho que isto é a vida.

O problema de chegar a esta conclusão, é que quando te apresentam uma verdade, que você não vê erro de lógica nenhum, e que tem absolutamente tudo para ser considerado absoluto, você desconfia, desconstrói, e ri da vulnerabilidade dos argumentos.

E de fato, o argumento que quero construir é que tudo na vida é vulnerável, frágil e contestável.

Ironicamente, até este argumento.

A diferença é que algumas pessoas nascem com a maldição de querer questionar o que a primeira vista parece lógico, e este, certamente, é o primeiro passo para uma pessoa ser infeliz.

Aprender a conviver com o simples, a ser feliz com o simples, a ser simples. Não é simples.

Talvez seja a coisa mais complicada do mundo.

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