quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Desabafo sobre um fato lamentavel.

Olá Milton,

Meu nome é Marcone Vinicius Moraes de Souza, tenho 23 anos, sou formado em Relações Internacionais e faço especialização em macroeconomia na FGV.
Hoje por volta das 13:30 fui acompanhar minha mãe, dona Rute, até a agencia bancaria do Banco do Brasil, que fica situada no centro de SP na rua 7 de abril. Nesta agencia estão as contas jurídicas de nossas empresas. Ao chegar à agencia: fui ao caixa eletrônico retirar um extrato de minha conta enquanto ela, Dona Rute, adentrou na mesma para falar com o gerente de sua conta.
Após ter retirado o eu extrato fui tentar entrar na agencia para encontrar dona Rute e o gerente. Como de costume, naquela agencia, fui barrado na porta detectora de metais. Retirei os objetos que carregava (uma carteira, 2 celulares e as chaves do meu escritório). Tentei entrar de novo, e novamente fui barrado. O segurança (que estava dentro da agencia) me perguntou se eu carregava mais algum objeto de metal, eu respondi que não (Detalhe: eu estava de bermuda, tênis, e camiseta, hoje é meu dia de folga). Então o outro segurança (que tambem estava dentro da agencia) me sugeriu que eu retirasse o meu cinto. Após seguir a instrução do segurança e tirar o cinto fui tentar entrar mais umas vez e a porta me barrou novamente. Argumentei com o segurança que precisava falar com o gerente que estava dentro da agencia junto com dona Rute, minha mãe. O segurança disse que não podia fazer nada, nem procurar o gerente e que eu não poderia entrar enquanto a porta detectora de metais não liberasse minha entrada.
Impaciente mas sem faltar o respeito com os seguranças, eu simplesmente abaixei minhas calças, já sem cinto, levantei minha camiseta (ficando só de cueca e com as calças arriadas e a camiseta presa em meu pescoço) tentando assim entrar mais uma vez, e incrivelmente nessa tentativa a porta não me barrou. Alguns clientes, dentro e fora da agencia, riram mas se solidarizaram com minha situação, já que dois clientes disseram que haviam passado por situações parecidas com a minha em outros momentos.

Dentro da agencia ao encontrar dona Rute, a gerente Telma gentilmente tentou me explicar o inexplicável.

Confesso que me senti constrangido e P... da vida, mas fiquei mesmo profundamente magoado com a forma que somos tratados pelas instituições que escolhemos para que "zelem" pelo nosso dinheiro. Os seguranças eram funcionarios tercerizados e visivelmente sem preparo algum para efetuar o serviço que lhes foi porposto. Entendo que os bancos devem dificultar o acesso dos bandidos, mas até que ponto isso vai !? Já ouvi dizer que em alguns bancos seguranças escolhem quem devem ou não barrar com um controle.

Então fiquei com algumas duvidas: se eu estivesse vestido como em um dia comum de trabalho; calça social, camisa e sapato será que eu seria barrado? E as pessoas que sempre vejo perto do meu escritório; aquela senhora de cabelos grisalhos que sempre carrega a bolsa e uma sacola com suas coisas, será que ela porta uma arma dentro da sacola? Será que ela seria barrada? E aquele senhor que tem uma distribuidora de bebidas que está sempre mal vestido, será que ele seria barrado? Será ?

Perdoe meus erros de português (pois ainda estou um tanto nervoso) e esse meu desabafo sincero de um cidadão que quer uma cidade melhor, com uma qualidade de vida um pouco melhor e que deseja profundamente que fatos lamentáveis como esse não aconteçam com dona Rute, com o dono da distribuidora de bebidas, com a "Senhorinha" que anda sempre com sua sacola, comigo e com mais ninguém que possui conta em qual quer banco.

Registrei este fato a ouvidora do Banco Brasil e ao Banco Central.

domingo, 6 de dezembro de 2009

A anos não te vejo, assim.

Durante anos perdi aos poucos o que nunca tive, mas assim como a ansiedade que precede a intenção, ela voltou e descobri que a tolice presente em suas mágoas nos afastou e nos afasta do que o tempo faz questão de guardar. Sinto-me como um cego, que pode ouvir, tocar, cheirar mas não pode ver a quem está tão distante assim. Meu intento neste exato momento é sentir sua voz, beijar seu riso, tocar seus lábios, calar e ouvir seus suspiros, mas o medo do presente fez esquecer o caminho que o passado insiste em lembrar, assim como uma trilha que o futuro por tantas vezes pode traçar. Por causa disso, saio por ai calado, atento e aceitando qual quer consenso, para quem sabe assim sentir você mais perto de mim.