quinta-feira, 23 de julho de 2009

Sobre a exclusão, por Bruno Perrella.

Sobre a exclusão, por Bruno Perrella.


Não existe dor pior para um ser humano do que o sentimento de exclusão. Acredito que é este sentimento que inicia os tantos outros que podemos sentir, e pode até ser pior, influenciando em nossas ações e palavras.
A exclusão pode ser explícita, física e visível, daquela em que se nota claramente o desejo do não. Não querer o outro presente, não querer que o outro opine, não querer que o outro ouça.
Mas pode ser também uma exclusão implícita, daquelas que no “sem querer” quando se viu o outro não estava presente, ou falou-se em um momento em que “sem querer” o outro não ouviu.

De tantas outras maneiras, a exclusão também pode interferir nas ações de uma pessoa, no sentido de ela ficar mais reclusa. E de tão fechada que se Põe, padece, saí pelos cantos, morre...

E é através de um inútil começo, que o fim se torna trágico. E o que poderia ser uma boa historia é transformada, justamente por causa do ato de excluir.

Quando não se sabe que está excluído é fácil: “o ignorante é mais feliz”. Mas ao descobrir, vem o desgosto e a intolerância. Vem o sentimento desentendido, pois a razão não é, e nunca é, sabida. Mas está lá, excluindo e matando.

Quisera eu viver em um mundo sem essas exclusões, onde todos fossem de fato iguais, ou mesmo que desiguais, que pelo menos todos tivessem a chance de ter alguém para conversar, jogar conversa fora. Por que através desta distração, pelo menos, o sentimento de exclusão não vem.

Talvez, mesmo que haja a exclusão, o simples fato de ouvir e falar com a pessoa ajudaria. Por que no fim das contas, as pessoas só querem atenção. Só querem ser ouvidas. Só querem ser aconselhadas.
Coisas simples que já não se tem mais tempo para fazer.


julho, 2009

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