quarta-feira, 3 de junho de 2009

Intenção das atitudes, por Bruno Perrella.

Intenção das atitudes.
(por Bruno Perrella)

Não são todas as pessoas que ficam procurando razões para as ações das pessoas. Entretanto, infelizmente, ou melhor, felizmente, eu sou uma dessas pessoas. Pessoas assim são pessoas que buscam uma visão estratégica sobre todos os fatos, e mais, buscam fazer certas previsões baseadas nessas prerrogativas.
Baseado nisso que eu escrevo este texto, buscando entender quais as reais intenções das atitudes. Uma pessoa pode ter 3 estilos de atuação:
- Imperativo Categórico
- Imperativo Hipotético
- Sem Imperativos.
Na primeira, você analisa as ações das pessoas como sendo sem esperar algo em troca. Ou seja, eu abri a porta para meu presidente passar, simplesmente porque sou educado.
Na segunda, você analisa as ações das pessoas acreditando que elas estão esperando algo em troca, ou seja uma reação. Eu abri a porta para meu presidente passar, porque acho que isso somaria pontos para uma futura promoção.
Na ultima você simplesmente abre a porta.

Analisar um fato quando ele acaba de acontecer é algo extremamente difícil, pois é algo recente e ainda não se é possível compreender a cadeia de reações, para que você possa entender a verdadeira intenção. Mas é o Caso mais comum.

Problema dessa mania: Completamente suscetível ao erro.

Uma vez que você parte de idéias sem muitos fundamentos, que na verdade são percepções, ou interpretações, você está completamente vulnerável a errar, pois a linha entre os Imperativos é muito tênue.
Uma forma para se “burlar” o erro, é a comunicação. Sempre propondo discussão sobre os fatos, abre-se a gama de entendimento e de interpretação, trazendo novas cartas ao jogo.
Mas de verdade, o problema de verdade é que nem a pessoa que fez o fato sabe nitidamente do Imperativo que a levou fazer. Por exemplo, a rotina é tão intensa, a insônia, a correria, faz com que eu abra a porta sem nem perceber se meu presidente estava passando, se era outra pessoa, porque simplesmente eu estava abrindo a porta já, para mim!
Então, se é difícil para a própria pessoa entender suas atitudes, imagine para um terceiro interpretar.
Outro erro é se tornar maquiavélico. Que Maquiavel me perdoe por estar usando seu nome, mas a prática dessa situação leva a uma espécie de “naturalismo interpretacional” (palavra minha), onde se analisa todas as atitudes, sem controle, simplesmente analisando as intenções das pessoas para todas as ações que acontecem. E Cada vez que isso acontece, mais realista (no mau sentido da palavra) você é capaz de ficar. Ou seja, quanto mais você buscar analisar os fatos, mais realista você fica, pois sua cabeça vai longe e faz conexões improváveis, mas como você está se baseando em um caminho de lógica e empírico, você acredita. E ai vem o ceticismo. E dessa forma, na próxima vez que você analisar algum fato, analisará pensando no Imperativo Hipotético e só.
Isso cega o analista, e tira a credibilidade de sua analise. Principalmente, quando se analisa uma pessoa que teve boas intenções, mas é avaliada por más lentes.

E é nesse ponto que eu queria chegar, para ligar com o “amor” tanto falado neste blog (http://aconstrucaodadesconstrucao.blogspot.com/). Para o verdadeiro amor, e isso pode ser incorporado a verdadeira amizade, quando se faz uma analise, não se consegue analisar através de más lentes, compreendendo o Imperativo Hipotetico nas ações da pessoa amada que afetem você. Ou seja, você percebe que a pessoa age sem intenções, e isso gera confiança que cresce na medida em que mais ações desse tipo são produzidas. Por isso, talvez, essa saga da procura de um grande amor, se conduz ao erro por um erro de analise.
Quando nós amamos, nós (não só) não conseguimos, mas também não podemos analisar com maus olhos. Simplesmente não conseguimos. E por isso você não analisa mais, porque vê que a probabilidade de erro é enormemente maior do que a de acerto, e para aquela pessoa a sua lógica é errada.

Dessa maneira quando você busca “colocar a cabeça no travesseiro e não ter que pensar em ninguém”, será que você:
-não quer a cobrança de ter que pensar em alguém?
-não quer mais analisar aquela pessoa?

Não acredito que a pessoa que você pensar é a que você ama, E isso não é uma regra. Porque o verdadeiro amor, acredito eu, as cobranças devem ser mínimas. Até porque cada um deve saber sua parte. E a partir disso, você tem o livre arbítrio de pensar ou não na pessoa quando colocar a cabeça no travesseiro, contanto que seja a pessoa que te faz sorrir.
Só isso importa: a Felicidade.

E para terminar com o mesmo poeta que o Marcone citou, abro para uma discussão futura “tristeza não tem fim, felicidade”, ou seja, somos por natureza tristes e temos somente alguns momentos de alegria?

junho/2009

Um comentário:

  1. Bruno,

    acabei não acatando a tua sugestão de tema. Prometo fazê-lo em outros textos.

    Como uma prévia. Eu encerraria a frase, assim como fizeram Jobim e Vinicius: "Tristeza não tem fim, felicidade, SIM!"

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